sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Colecção do Sr. Berardo


No passado dia 2 peguei na canalha e rumamos a sul.

1ª Paragem - 9:30 - Mosteiro da Batalha

Depois de uma acesa luta contra Morfeu, durante a viagem de camioneta, precisava de um café... Eu e as outras 99 almas que às 6:45 estavam pontualíssimas no local combinado!
Não valeu de muito, mas sempre deu um pouco de energia.
Comecei a visita!

Mal, muito mal! Odiei. Não estava inspirada, não era capaz de cativar... O cansaço foi mais forte do que o meu orgulho, do que o meu gosto pelo Gótico, pelos Dominicanos, por D. João I, pela Ínclita Geração...
O que valeu é que como eu, os 35 que me acompanhavam padeciam do mesmo problema: ainda estavam offline! O que valeu é que a visita anterior à Sé e a Cedofeita tinham sido brilhantes.

Seguimos...
2ª Paragem - 13:30 - CCB - Museu Colecção Berardo

Agora sim... Ia começar a valer a pena.
Depois de almoçarmos por Belém e rematarmos o repasto com os tão ansiados Pasteis, rumamos ao CCB.
Estava ansiosa por esta visita, queria ver a cara dos miúdos do 12º quando estivessem frente a frente com as obras que tantas vezes dissecamos nas aulas. Levei o 12º e juntei ao grupo alguns do 11º e ficou um conjunto curioso. Eles diziam que tinha feito o grupo dos "preferidos" dos "especiais". Talvez...
A visita começou...

Tivemos uma sorte brutal com o guia! Excelente!
Era cativante, via-se que dominava completamente o terreno que pisava e foi capaz de agarrar-nos desde o primeiro momento! A escolha das obras que apresentou foi brilhante. Passou por nomes obrigatórios como Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Frank Stella, Picasso, Dali e Paula Rego, contextualizou, analisou e desconstruiu as obras. Escolheu obras polémicas e obras que à partida não despertariam o interesse do visitante e que provocou, neste publico tão difícil, reacções deliciosas.
Via na cara deles um entusiasmo infantil de cada vez que o guia abria mais uma porta para a percepção da obra que analisava. Trocavam olhares cúmplices comigo, como que a dizer: - A professora tinha razão! - remetendo para as aulas em que em conjunto analisávamos Conceptual Art, Minimal Art ou Arte Abstracta e travava com eles batalhas para que abrissem a mente e se descolassem do conceito fechado que tinham de ARTE.
Mas foram batalhas que deram muito prazer travar!

Com o fim da visita com o guia vagueamos mais um bocado pelo museu a descobrir a colecção do Sr. Berardo.

E depois, de alma cheia e a camioneta tipo sauna (depois de ter estado ao sol a tarde toda), regressamos à Santa Terrinha!

Aconselho vivamente a visitar o Museu Colecção Berardo, que até 25 de Junho 2008 é de borla!


Sei que nem toda a gente teve a sorte de ter um guia como o nosso, mas... paciência! Para o ano vai ser mais difícil cativar esses alunos, coitados, traumatizados por andar 1 hora e 20 minutos com uma senhora que se esqueceu que estava a falar com miúdos de 15 anos!

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